Paz e Alegria



Bem vind@s !!!

Comentários, sugestões, bla bla blasss

Paz e Alegria !!!



fale comigo em: darlenenobre1@gmail.com

domingo, 11 de setembro de 2011

ENTRE LINHAS E AGULHAS

Encontrei essa reportagem, que achei muito boa no site abaixo, mas está aqui também. É o que estou afirmando, tudo está voltando, não é coisa de vovó, RSRSRSR.

http://textileindustry.ning.com/forum/topics/entre-linhas-e-agulhas?xg_source=msg_mes_network

Entre linhas e agulhas

Wanda Sily
A arte da costura caseira não consta do currículo da nova geração feminina. De há muito considerada extinta, ela no entanto ressurge agora com força total, apesar desses árduos tempos de roupas compradas por catálogo e griffes famosas sendo vendidas em lojas de liquidação. Minha neta de quatro anos, que tem seu próprio ipad, me pede para lhe fazer um vestido, recusando os caros trajes de princesa comprados nas lojas da Disney. Minha neta de 15 anos, que faz seus próprios filmes caseiros, me pede para lhe ensinar a costurar. Não sei onde vai achar tempo para se dedicar a essa arte milenar, com tantos livros de vampiros inundando as livrarias, e perdida entre sua vasta coleção de eletrônicos. Uma obsoleta máquina de costura não combina com esse cenário modernista. A mãe dela passou pela mesma crise, na mesma idade, e entrou numa aula para confeccionar biquinis. Pagou caro, e não aprendeu sequer a pôr a linha na agulha. Retrocedendo mais no tempo, minha avó era especialista em calça masculina – arriava o cavalo e ia de fazenda em fazenda tirando medidas e recolhendo as encomendas; voltava depois para entregar e receber o pagamento. As calças eram sempre de brim – ainda não conhecíamos o jeans – que ela costurava em u’a máquina de manivela, o que era um grande avanço - a mãe dela costurava à mão. Minha mãe era especialista em calças femininas, mas não costurava ‘para fora’, embora de vez em quando atendesse aos apelos das amigas. Usava, para tanto, uma moderna máquina de pedal. Quando surgiu o motor foi uma festa, pensamos ter chegado à modernidade! Eu sempre cultivei o hobby, principalmente fantasias de Halloween e presentes de Natal para netos e netas. Para tanto, tenho u’a máquina que só falta falar, embora não seja de última geração. Mesmo assim, grande avanço! O que todas essas mulheres de diferentes gerações tinham em comum? Todas usavam máquinas Singer, criada por Isaac Singer, em 1852. O inventor da máquina de costura foi Thomas Saint, em 1790, mas Singer aperfeiçoou e popularizou o brinquedinho, que ganhou força com a Revolução Industrial. Só nos Estados Unidos, dois milhões de máquinas de costura são importadas anualmente, pois não existem fábricas aqui. A chamada Geração X (nascida na décadas de 60-70) foi a primeira a não ter a costura como matéria obrigatória nas salas de aula. As jovens emancipadas pós-feminismo viam a costura como instrumento de submissão feminina. Esse conceito está mudando, ao que parece, talvez com a moda do–faça-você-mesma, ou pelo cansaço diante de tanta tecnologia. Ou, ao contrário, graças à tecnologia. Hoje se compra on-line o tecido e o molde, no modelo e tamanho desejados, e basta clicar no Google - tem milhares de sites modernos ensinando a antiga arte. Sofisticadas lojas de tecidos e armarinhos abundam, vendendo de tudo para atrair as prendadas e oferecendo aulas de costura. Com aprendizes de todas as idades, não dão conta da demanda. As velhas máquinas Singer estão cada vez mais sofisticadas e custam menos que um Kindle. A terra gira e a vida se renova em ciclos, sabemos. Chegou a vez de lubrificar a velha/nova Singer.

Nenhum comentário:

Postar um comentário